A tecnologia vem provocando mudanças colossais na indústria publicitária, algumas delas, inconcebíveis até uma década atrás. Novos jeitos e oportunidades para entender, alcançar e se envolver com os consumidores não param de surgir. Como acompanhar essa rápida evolução? Eduardo Breckenfeld (CSO da Ampla Comunicação) e Roberto Grosman (CTO do SBT) analisam o contexto.
Eventos macroeconômicos que geraram períodos de alta volatilidade; empresas buscando permanecer competitivas em um ecossistema globalmente conectado; novas dinâmicas de consumo de mídia; pressão por resultados no curto prazo. Se uma coisa é certa na indústria publicitária de hoje é a mudança como dado da realidade. Profissionais que querem transformar suas companhias e prepará-las para o futuro próximo precisam revisitar planejamentos, cultura e tecnologia, sem esquecer de priorizar a parte mais importante do fluxo: o consumidor.
Roberto Grosman, CTO do SBT, tem entre suas funções diárias liderar as estratégias de inovação da empresa, considerando necessidades e avanços em novos modelos de negócios com o viés digital e com foco na experiência dos clientes, sejam espectadores ou anunciantes. Em sua participação no painel "O novo pacto de valor: a agenda da transformação", que aconteceu durante a primeira edição do CenpHub com mediação do vice-presidente do Cenp, Dudu Godoy, ele cita a preocupação com o usuário: "Primeiro, entendemos como a mudança impacta a vida e os hábitos das pessoas; depois, a demanda por novos serviços e a indústria em si". Na análise de Grosman, a transformação obedece a um ciclo: a tecnologia afeta o consumo, que modifica o contexto, que traz novos desafios e oportunidades. "Quando muita coisa muda, temos que olhar para o que permanece igual. E o que permanece igual é o valor do conteúdo, da informação. Nós precisamos prestar atenção para oferecer os melhores serviços para o telespectador e para o mercado publicitário".
O CSO da Ampla Comunicação, Eduardo Breckenfeld, tem uma visão parecida.
"Para conviver com a transformação, é preciso, primeiro, se transformar", diz. Ao ser perguntado sobre as prioridades no caminho da transformação, o executivo defende uma inversão de papéis: "Somos uma indústria de respostas. Como eu faço para atingir esse consumidor? Ou para conectar a marca com esse cliente? Mas, para responder, é fundamental permitir que novas perguntas sejam feitas".
Mudança movida a dados
É quase impossível falar em transformação sem mencionar a relevância dos dados. Sabemos que usando técnicas sofisticadas de análise, as empresas podem entender melhor seu mercado e seus clientes, o que pode levar a interações mais personalizadas, maior satisfação e, consequentemente, mais lucros. Embora simples na teoria, para ser executada com sucesso, a fórmula depende do fator humano, e ambos os painelistas reforçam essa ideia. Nas palavras de Breckenfeld, "devemos cuidar para não virarmos reféns dessas informações porque senão todas as soluções serão iguais. É ler o dado, sair da frente do computador e ir testemunhar o que está acontecendo com as pessoas para trazer insights mais verdadeiros. É, sobretudo, investir em gente e em atitudes de leitura e vivência".
Assista a íntegra dessa conversa!
A edição de estreia do CenpHub, promovida pelo Cenp, reuniu lideranças dos principais setores do ecossistema publicitário para discutir o futuro da indústria em 10 painéis temáticos – você pode assistir a todos eles agora, no canal do Cenp no YouTube.
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