O mais abrangente levantamento sobre o impacto da publicidade no Brasil, desenvolvido a pedido do Cenp pela Deloitte em 2021, mostrou que cada R$ 1 investido no setor se converte em R$ 8,5 na cadeia econômica. André França (WMcCann), Sarah Buchwitz (Mastercard) e Vanessa Ferreira (Deloitte) exploram essa força multiplicadora mais a fundo
Em 2021, o Cenp encomendou à Deloitte, consultoria reconhecida mundialmente, um
estudo que compilasse dados econômicos e sociais da publicidade para evidenciar como o setor movimenta o desenvolvimento de empresas e da coletividade, de modo geral. "O objetivo era definir o impacto dessa indústria em todos os aspectos da sociedade", comenta Vanessa Ferreira, Diretora de Strategy & Business Design da multinacional. "E, para sermos bem abrangentes, dividimos em duas perspectivas: a dos consumidores e dos negócios".
Vanessa, juntamente com o Presidente da WMcCann, André França, e a CMO da Mastercard, Sarah Buchwitz, integraram o quadro de painelistas de um debate que aconteceu durante a primeira edição do CenpHub e contou com a moderação do jornalista Ricardo Lessa, do Valor Econômico. Em "O valor da publicidade brasileira", os convidados refletiram sobre os efeitos da atividade nas mais variadas dimensões e sua importância na geração de riquezas para o país.
A executiva da Deloitte também detalhou o processo da pesquisa, que ratificou um potencial eloquente e teve ampla repercussão à época: cada R$1 investido em publicidade rende R$8,50 para a economia brasileira: "Todas as descobertas que fizemos acabaram se tornando variáveis que entraram dentro de um modelo econômico. E foi aí que chegamos no valor de que cada real gasto em publicidade no Brasil gera R$ 8,50 na economia. Essa metodologia é aplicada em outros países pela Deloitte".
O intangível
Para além do valor monetário, é imprescindível sublinhar o efeito transformador que a publicidade pode ter para um negócio, como explica Sarah Buchwitz: "No caso de Mastercard, o 'priceless', 'não tem preço', nasceu há 25 anos, na McCann, de Nova York. Pela genialidade, simplicidade e pelo poder é o mesmo posicionamento que mantemos até hoje. Não é só apenas o valor de uma boa campanha, mas o valor que a publicidade pode trazer para uma marca quando consegue capturar uma verdade universal, emocional e que anda por décadas. Evoluímos o conceito para mantê-la relevante".
O Presidente da WMcCann, André França complementa a ideia: "Uma marca não é formada apenas por publicidade, ela é formada por produtos, uma empresa inteira voltada a entender o que a população necessita e tentando atender a isso, e a gente, como agência, obviamente, dando luz". Ele traz o exemplo de uma grande empresa nacional ao abordar a atuação dos criativos no contexto: "Trabalhamos para a Seara há 10 anos. E eles sempre nos trazem a palavra 'consistência'. Não é de hoje que falamos em qualidade, o que o produto entrega para as pessoas e a alegria em comê-lo. Hoje, vemos que a publicidade ajudou a companhia a ser líder em market share em diversas categorias. Acredito que a nossa indústria permite melhores resultados".
Resultados que importam
O moderador Ricardo Lessa atenta para o fato de que a publicidade está diante de novas realidades, redefinindo prioridades e questiona como os players do mercado publicitário lidam com a transformação. "O que traz mais resultados para a gente, hoje, são as ações relacionadas a causas", aponta Sarah Buchwitz. "É mais importante nos conectarmos de uma forma verdadeira e autêntica com o que está acontecendo na sociedade e a partir daí ter uma resposta".
Confira o painel completo!
O primeiro CenpHub reuniu lideranças do ecossistema publicitário para discutir o futuro da indústria em 10 painéis temáticos – no YouTube, você assiste a todos eles. Para saber mais, acompanhe o Cenp no LinkedIn, no Instagram e no Twitter.
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