O painel "O avanço do agro e as oportunidades de comunicação do setor", realizado no CenpHub, que aconteceu em Brasília, evidenciou a necessidade urgente de uma comunicação estratégica para o agronegócios no Brasil.
Daniel Latorraca (Creditares), Lisiane Campos (Piracanjuba), Ricardo Nicodemos (ABMRA) e Alarico Naves (Record)
Ricardo Nicodemos, Presidente da ABMRA - Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro, destacou que a imagem do agro está diretamente ligada à percepção que a sociedade tem do setor. E, embora este seja um mercado chave para a economia, um dado de uma pesquisa da entidade é um sinal de alerta para o futuro. Cerca de 30% dos ouvidos neste estudo sinalizam que são contra o agronegócio e grande parte deste percentual é formado por jovens, possíveis líderes. “Investir na comunicação do agro é investir no futuro do setor e do nosso país.”
Desmistificar esse mercado – em especial com esse público mais jovem – é uma tarefa que deve reunir campanhas mais estratégicas, tecnologia e compromisso com a sustentabilidade. Daniel Latorraca, COO da Creditares, que tem no digital a sua principal ferramenta de conexão com os produtores, sinaliza que ‘fronteiras invisíveis’ estão sendo quebradas com a digitalização do campo, mas é preciso mais intencionalidade e alcance. "É um contrassenso estar no topo da produção agrícola e não ter uma comunicação mais eficiente que conecte o agro com o público urbano e com os mercados internacionais". Já Lisiane Campos, Diretora de Marketing da Piracanjuba, destaca o compromisso social como chave para a imagem do setor. "Precisamos desmistificar o agro e mostrar suas inovações e seu compromisso com a sustentabilidade. Uma comunicação estratégica – que reúna tecnologia de ponta e proximidade pessoal - é fundamental para isso."
Mediado por Alarico Naves, Superintendente Comercial Multiplataforma da Record, o debate reforçou a ideia de que investir em um planejamento eficaz é fundamental para transformar o setor que, paradoxalmente, é o motor da economia brasileira, mas ainda carece de profissionalização e alcance sob a ótica do marketing. E esse planejamento parte de uma premissa mais clara sobre o comportamento do homem do campo, que é recheado de peculiaridades.
Nicodemos abriu outro estudo que mostra, por exemplo, que um produtor de uvas, em Pernambuco, está 100% conectado na TV. Esse percentual cai para 27% em Goiás. Ou 47% do trabalhador no Pará consome internet, 92% no Sul. Esses hábitos, que variam tanto de produtor para produtor e de região em região, mostram a complexidade da comunicação para esse público. Ainda sim, a pesquisa, também, evidencia a cumplicidade entre seus membros, maioria – 80% - segue no agro por paixão e tradição familiar.
Essa troca, rara em eventos publicitários, proporcionou insights valiosos e destacou a comunicação como uma ferramenta poderosa para o avanço do agro, mostrando que o setor pode e deve se conectar de maneira mais eficiente com diferentes públicos e mercados. Assim, o painel cumpriu um papel crucial ao delinear caminhos para o mesmo continue a crescer e se fortalecer, consolidando-se como um pilar essencial do desenvolvimento nacional.
Assista ao painel na íntegra!